domingo, 23 de novembro de 2014

Som do Meio Dia

Acordei hoje com uma mensagem no Facebook de uma amiga dizendo ter lembrado de mim ao ver a Sandra de Sá no Altas Horas essa madrugada. Apesar de ser uma  amiga sumida, furona, tratante, não deixo de pensar também nessa época com carinho
1993/94. Internato no Hospital Jesus, Vila Isabel. Muito trabalho, muita luta e muito aprendizado, todos os dias o dia inteiro. Iríamos nos formar no final do ano.
Mas, graças a Deus tem sempre um mas...Uma vez por mês ou a cada 2 meses, havia o Projeto "Brahma o Som do Meio Dia", que levava para o teatrão da UERJ nomes da MPB justamente ao meio dia. "Fugi" para assistir Flávio Venturini, desencontrei das amigas e assisti sozinha o show de 2 horas, em que ele cantava tudo. Ninguém me olhou estranho quando meus olhos encheram d'água com Todo Azul de Mar, porque afinal de contas, estavam todos muito mais ocupados com as suas próprias lágrimas e não iam perder tempo com aquele pontinho branco sozinho.
Era muito bom! O teatro enorme, nem sei a capacidade, o som bacana e dava prá ver tudo de onde quer que você ficasse, porque, creia, fiquei em tudo quanto era canto daquele teatro.
Acho que a primeira vez foi Ivan Lins e Selma Reis que arrasaram!!
Mas teve um dia que descemos a ladeira para ver/ ouvir/ dançar/ pular com Sandra de Sá,que na época ainda era apenas Sandra Sá. E vimos, ouvimos, dançamos e pulamos, viu?? Todas as músicas, daquela que era considerada "brega". E adoramos! Se não estou enganada fomos sem lenço e nem documento, coisas da juventude...



Obrigada por lembrar, querida Ana Paola
Lela.

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sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Carta para Ana Teresa

Bom dia, meu amor!
Enfim seu dia chegou; e como demorou!! Longos 365 dias que a senhorita tratou de aproveitar muito bem com risos, conversas, brincadeiras, maquiagens, amizade, correrias.
Como venho dizendo a você nos últimos dias, o tempo está passando muito rápido. Outro dia mesmo você nasceu e tinha cólicas, chorava, golfava, embranquecia meus cabelos... Logo ali na esquina do tempo, escutava seus pés batendo no chão quando tocava a campainha de casa e seus gritinhos de "Mamãe chegou!!" ... Nossa filha, isso foi quase ontem! Mais adiante foi seu primeiro dia no jardim de infância, dia esse que estava tão quente que a professora tirou sua blusa e seu tênis; quando fui dar uma espiadinha de mãe, descobri que a "novata" tinha ares de veterana e estava correndo pelo pátio, brincando com água e feliz da vida, como se sempre estivesse estado ali.
O tempo voou e deixou minha bebê para trás. O que vejo hoje é uma menina cheia de riso, estilo, opiniões, dúvidas, mentirinhas, brincadeiras, que reproduz com as amigas as grandes questões da vida e quase sempre se sai muito bem. Chego a ter que me esforçar para lembrar de você pequena, filha... Você nasceu grande, adulta, sábia...
E apesar de tudo isso, Ana Teresa, você é uma molequinha. Corre sem parar, tem terra no cabelo, esmalte descascado, quarto desarrumado, medo de escuro. E são essas coisas que fazem você ser especial ,única, diferente.
Você REALMENTE é um presente para todos nós e ao longo desses 8 anos tem ensinado muitas coisas a todos aqueles que podem  e têm o prazer de conviver com você.                                
Prá mim, então! Descobri coisas muito interessantes de mim ao olhar para você: que eu posso ser fofinha, que não é pecado gostar de vestido e querer ser mulherzinha, que gênio ruim é difícil de lidar. Que eu posso, sim ser mãe de menina sem ser fresca; que negociar é com certeza uma arte que requer muita imaginação e energia.
Dizer que você é parecida comigo é tão bom de ouvir, filha!! Fisicamente eu sei que é. Mas o engraçado é o quanto que você se parece comigo nas outras coisas e sobre isso, sempre que posso eu alerto: vai com calma, baixa as armas, não revira os olhos...
Sabe o que descobri? Que você nasceu no mesmo dia da poetisa Cecília Meirelles, mulher maravilhosa, sensível, profunda. Está muito bem acompanhada e um poema como "Ou isto ou Aquilo" define você muito bem e, a medida que você for crescendo, acho que vai poder se encaixar em tantos outros. Mas por hora, minha homenagem a você vai com os versos do Poetinha Vinícius de Moraes que o vovô cantava prá mim e hoje estou sendo praticamente obrigada a repetir prá você : "Menininha do meu coração eu só quero você a três palmos do chão..."



Um beijo, Linda.
A mamãe ama muito você.


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