segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Ronald

Gosto de falar de amor. De amigos. De filhos. De bichos.
De mim.
Às vezes a tristeza toma conta da minha alma, geralmente por pouco tempo porque como dizia o Poetinha, "é melhor ser alegre que ser triste...". Mas hoje estou triste.
Perdi um amigo. Daqueles que a gente se apaixona no primeiro momento... Inteligente, despachado, engraçadíssimo, perdido.
A primeira vez que nos vimos foi há tanto tempo. 1995. No HSE. No começo da vida profissional de um grupo muito bacana que se ama até hoje e conversa quase todos os dias desde que se reencontrou.
Médicos. Pediatras. Jovens. Companheiros.
Dividimos almoços, mesas de trabalho, aprendizado, pacientes, esporros, plantões, ventiladores, segredos, contas de restaurantes, taxis...O que se puder imaginar, nós dividimos.
Não gostava de dar plantão. Fez Alergo e era mega alérgico... Teve hepatite e, espalhafatoso como era, ao invés de ficar ictérico, ficou verde, praticamente um periquitinho...
Um dia acabou a convivência diária e cada um, naturalmente, foi para um canto. Mas na primeira oportunidade todos ficamos juntos de novo, mesmo que virtualmente. Apoiando, conversando, implicando... Como sempre.
Hoje fui informada que meu amigo mineiríssimo até o último fio de cabelo resolveu nos deixar. Parece que eram risos por fora e dor por dentro. Pegou todo mundo de surpresa. Era muito amado. Muito mesmo. Vivíamos preocupados com seus sumiços frequentes, com seus desencontros, descaminhos ,desacertos e quando ele aparecia era sempre uma festa. Ele era engraçado, gago, fino...
Hoje fica a pergunta de sempre: Por que?
Porque estava na hora.
Porque estava traçado.
Porque ele escolheu.
Isso não se faz com quem fica.
Não é justo.
É dor .
É saudade.
Sempre achei que nosso encontro de dezembro fosse o primeiro de muitos e que num deles, pelo menos, ele iria. Não vai dar... Esse encontro vai ser em outro plano, em outra oportunidade. Em outra vida, talvez.
Gostaria muito que ele fosse recebido com Luz, que seu espírito encontre a tão procurada Paz. Que o meu amigo querido tenha, no seu tempo, o perdão e o entendimento e, enfim, que encontre o descanso merecido.
Hoje é dia de tristeza.

Tchau, Ronald.
Até um dia.
Beijo,querido,

"Gaybi." (Só você que podia me chamar assim...)

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