A Seleção perdeu hoje a chande de disputar a final da Copa do Mundo de futebol aqui no Brasil. Perdeu vexatoriamente para a Alemanha por 7 a 1, numa exibição pífia, para ser elegante.
Segundo a história foi a pior derrota da Seleção, que participou de todas as copas. Galvão Bueno no Jornal Nacional define como um apagão, todos tentam explicar o inexplicável.
Sem seu jogador principal, Neymar, abatido em pleno voo no último jogo, os canarinhos estavam desnorteados em campo. Sem o capitão... Mas pelo visto, sem ninguém... Achei todo mundo perdidão.
Não jogaram bem em todos os jogos, sempre foi muito chororô, o que para mim mostrava um descontrole danado, mas nem nos meus piores pesadelos pensei que fosse ser assim.
Não entendo de futebol , não é meu esporte favorito e estava claramente indignada com essas obras e todas as revoluções no Brasil por causa da Copa. Mas...
Nunca estive contra a Seleção. Tenho simpatia pelo técnico Felipão e por muitos jogadores, não todos. Achei fantástico o fato do cara ter dado a cara prá todo mundo bater na entrevista coletiva depois do jogo e dizer que a responsabilidade da derrota é dele. Foi homem prá caramba!!
Minha antipatia não é pelos jogadores, nem pelo técnico. Minha repulsa completa é pelas organizações.
Pelas obras que não saíram; pelas férias fui impedida de gozar junto com os meus filhos, como tantas vezes já falei; pelo viaduto que caiu e matou duas pessoas, viaduto esse que custou mais de 400 milhões e fazia parte das tão faladas obras de mobilidade urbana para a Copa. Tenho vergonha desse Brasil! Muita!!
Não tenho vergonha alguma de ser brasileira e fiquei chateada com a derrota.
O brasileiro é um povo gente boa, simpático e tudo que está sendo exaltado de positivo nesses dias dizem respeito ao brasileiro comum, desconhecido, que toma banho, escova os dentes, dá carona, dá informação, dá sorrisos. As reclamações vêm do trânsito, dos preços, de tudo que não temos como controlar. O povo brasileiro está fazendo bonito nesses dias.
Enquanto isso aqui em casa a Copa também foi animada. Fizemos bolão em todos os jogos, estimulamos os meninos a assistirem às partidas. Cantamos o hino junto com os jogadores... A Ana assistiu vários jogos com camiseta verde a amarela. Toda bonitinha cantou "mostra tua força Brasil..."
Isso é ter vergonha da Seleção?? Acho que não.
Só não tolero as patrulhas de "sou brasileira com muito orgulho e com muito amor" e só. Não aguento a superficialidade, não aguento o choro e o sofrimento pela seleção e as pessoas não se importarem com o que realmente importa.
A Seleção perdeu?? Perdeu, que pena... Amanhã meu relógio vai despertar as 6:15 e as sete e meia começarei meu dia de trabalho. Nada mudou nada na minha vida..
Nada mesmo.
Bem que o Homer Simpson avisou...
Tchauzinho,
Lela.
Leia também: O país do futebol não é o país da Copa
Como eu sei o hino da Alemanha
terça-feira, 8 de julho de 2014
Fim de Copa.
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quinta-feira, 3 de julho de 2014
Dor
Desde ontem o meu coração está pesado.
Assistir a dor de quem quer que seja,sem ter meios para aliviá-la é triste; e é o que está ocorrendo comigo desde ontem.
Presenciei a dor na alma. A dor do abuso. A dor do descaso. A dor da fraqueza. A dor da desesperança...
E doeu em mim.
Em mim doeu a dor da impotência, doeu não ter meios necessários para remediar, aliviar e, por que não curar?
Adolescentes são seres desconhecidos até para eles próprios, com dúvidas e enfrentamentos variados. Medo do desconhecido; do corpo que toma outros contornos; dos amores não correspondidos, até dos correspondidos... Medo de não serem aceitos pela galera, de não seguirem aquelas regras que já nem se sabe quem fez... Medo de crescer, apesar da imensa vontade de crescer.
Querem voar, mas ainda têm as asas frágeis e os voos são pertinho do chão, um pouquinho por vez, cada vez com uma novidade e a cada dia com mais confiança. Por isso tudo precisam de ninho, de conforto, de apoio, de acolhida e essa acolhida vem de todos os lados, mas tem que vir da família também.
Não fácil ser adolescente, eu sei. Mas não é fácil ter um adolescente, entender um, saber a lógica dele... Com isso fica difícil apoiá-lo incondicionalmente, o que não significa que não o amemos desesperadamente.
Aí se esse adolescente não se sente amado e apoiado, muitas vezes encontra isso em outros cantos: amigos, religião, música, internet.
É muito fácil ser amigo de internet. Falar palavras bonitas e discursos prontos de apoio,quando ninguém sabe que realmente está por tás da tela; esculhambar com a família ou Deus e ir plantando dúvida em um coraçãozinho e cabecinha em formação. Estimular práticas autodestrutivas é fácil por tás de máscaras.
Adolescentes machucam uns aos outros. Pessoas machucam umas às outras. Isso é fato. Mas tem adolescentes e adultos que se machucam literalmente: se cortam,se batem, quando não fazem coisas piores. E olha que triste: tem pessoas que os estimulam a agir dessa forma.
Por que adolescentes se cortam? Para chamar atenção? Por que brigaram com o namorado (a)? Por que a mãe - ou o pai, ou ambos - não entende nada do que ele está sentindo? Por que a vida é tão injusta?? Por que?? Eles se cortam por tudo isso e muito mais. Porque se sentem sozinhos, porque a dor na alma é tão grande que extrapola e o corpo tem que padecer também; porque têm muito a dizer e acham que não têm ninguém para ouvir... Porque são gordos quando queriam ser magros e magros quando queriam ser gordos...Porque está doendo viver naquele momento; porque estão sem amigos (reais e não virtuais); porque a família não vê; porque a escola não entende; porque esse processo de crescer está doendo mais do que eles acham que podem suportar...
Acolher e ouvir é o primeiro passo para ajudar. Ouvir sem julgar, sem levantar a sobrancelha e apontar o dedinho. Empatia. Entendimento. Parece pouco, mas não é. Um abraço e um "eu estou aqui para você" podem fazer muita diferença. Sugerir atividades que desviem o pensamento dessas coisas, atividades lúdicas será que ajuda? Ajuda. Pedir para procurar ajuda profissional é bom? Lógico que sim! Tem muita gente pronta, disposta e com um arsenal profissional pronto para ser usado em prol de diminuir a dor de alguém, do seu amigo, do seu irmão, do seu filho...
Então vamos fazer uso disso, gente!!
Vamos ajudar ao invés de estimular!!
Vamos dar um abraço!!
Vamos dizer "Eu estou aqui prá você!" !!
Vamos procurar ajuda juntos e não ensinar como faz.
Vamos juntos!
Vai parar de doer.
Vai parar de doer.
Eu estou aqui prá você.
Beijos,
Lela.
(Já me sentindo melhor por ter dividido...)
Leia também: E o que você fez?
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