domingo, 29 de junho de 2014

Será que sou bipolar??

Ou apenas intolerante, quem sabe??
Vejo coisas que me deixam profundamente irritada, por dentro. A impressão é que sou uma panela de pressão prestes a explodir.


Determinados fatos me levam à loucura, eu sei... Coisas que nem me dizem respeito.
A alienação me irrita profundamente!
O mundo acabando e a pessoa retocando o batom, ou indo lavar o carro, ou andando a 40Km/h bem na minha frente.
Gente que só olha pro umbigo...Que espera o dia de amanhã para fazer alguma coisa, ou está esperando que alguém faça. Gente que, como alguém sabiamente me disse, não sai da adolescencia, que vive de passado, que quer tudo na mão, que não trabalha.
Tenho noção que explodo de repente, por pouca coisa às vezes e que falo coisas sem pensar. Mas não consigo segurar e quando vi, já foi.
Odeio que me cutuquem, que fiquem me chamando enquanto estou lendo, que me acordem por bobagens. Odeio ter que falar muitas vezes a mesma coisa e a minha paciencia é curtíssima... Aí já viu; quem sofre são os meus filhos.
Mas reconheço que tenho reações despropositais e aí vêm as perguntas: Sou só impaciente? Estou num dia ruim?? É TPM? Estou sem dinheiro, por isso estou nervosa desse tanto?? Ou então a pior de todas chega à cabeça: Será que sou bipolar? Se for estou doente e preciso de tratamento.
A bipolaridade é um transtorno de humor, a famosa e antiga PMD (psicose maníaco depressiva), em que o paciente alterna períodos depressivos com períodos de hiperexcitabilidade ou mania. Mas tudo que li e leio não se encaixam na minha pessoa, graças a Deus!
Então sou só estressadinha e impacientinha mesmo...

Ainda bem!
Boa semana!

Beijos,
Lela.

Leia também: Um dia terei um dia de fúria...
                      Saudade.
                      Obrigada por tudo
                     Eu não sou legal...

terça-feira, 24 de junho de 2014

Patricia

Querida amiga,
Ontem fez 3 anos que você foi embora. Escolheu um feriado, pois sabia que a cidade estaria cheia e seria grande a surpresa de todos os seus amigos.


Eu estava lá.
Acordei no sábado com o Mário me olhando esquisito; tinha acabado de chegar em Estrela tendo deixado meu pai grave no CTI; e quando ele entrou no quarto dizendo que tinha que conversar pensei logo: "Meu pai morreu...". E ele não falou nada, ficou passando a mão na cabeça e escolhendo as palavras. Por fim ele resolveu abrir a boca e dizer que você havia passado mal em Juiz de Fora. Levantei correndo e perguntando se ele poderia me levar até lá, já que você poderia estar precisando de alguma coisa... Mário disse que não ia precisar porque você já estava em casa. "Menos mal, vou até lá...", pensei. Corta para o Mário, que me olhou de novo com olhos de nada: "Gabriela, a Patricia morreu..."; e chorou.
Como assim, você morreu?? Era o meu pai em estado grave, não você. Aí você vai, termina de subir uma escada e ...
No primeiro segundo pensei que fosse alguma brincadeira muito da sem graça, mas o choro do meu marido não deixou dúvidas.
Levantei, troquei de roupa, engoli qualquer coisa, vi alguns pares de olhos me olhando calados pela casa e recebi abraços dos meus filhos. Acho que eles não sabiam muito bem o que significava morrer, mas mesmo assim ficaram quietinhos, tristinhos e solidários.


Saí para a sua casa, sem chorar, e ainda um pouco sem acreditar. A ficha caiu quando o carro virou na sua rua e sua porta estava abarrotada de gente. Tantas pessoas talvez com o mesmo pensamento que eu. Amigos, parentes, antigos amores, idosos, crianças, todos querendo entender e como eu, acreditar.
Ao entrar na sua casa, duas amigas vieram correndo me abraçar e eu fiquei lá com uma de cada lado chorando. Agarradas as três e eu só pensando que aquilo era um pesadelo, que eu não estava vendo aquela cena, que aquela sala que fiquei por tantas vezes rindo e falando bobagens, que também presenciou as mortes de sua avó e de seus pais, agora era cenário do seu velório.
Quando saí do abraço das amigas, consegui chegar perto de você. Patricia, você quase ria, sorria . De onde quer que você estivesse deve ter ficado feliz de ver quantas pessoas foram se despedir.
Sua casa era tão familiar. A cozinha onde almoçamos tantas vezes, a varanda dos fundos onde jogamos conversa fora e sofremos juntas, o banheiro, o jardim que você tinha que limpar para que somente depois você pudesse ir medir a rua junto comigo... Seu quarto... Em todos os cômodos da casa tinha gente e minha vontade era de gritar para que todos fossem embora, porque só as amigas de verdade podiam ficar, para ficar com você uma última vez. Mas você era tão legal, tão divertida, que não era só nossa, era um pouco de cada um dos que estavam ali...
Abracei seu irmãos, e recebi deles abraços fortes e apertados, não vi seu filho que foi estrategicamente retirado da casa.
Em determinado momento puxei uma cadeira e me sentei ao seu lado.Peguei sua mão e conversei com você. Pedi desculpas de novo pelos tempos de afastamento, por nunca ter ido te visitar em Juiz de Fora, por não ter insistido por você vir aqui... Aí eu chorei quietinha, de saudade antecipada.


Era muito fácil gostar de você, Patricia... Engraçadérrima, desbocada, indiscreta, era um pouco o meu alter ego. Apesar de todas as dificuldades, nunca ouvi você reclamar e nem me pedir nada... Só exames para o Pedro e vermífugo.
Passados 3 anos, ainda tenho dificuldade em passar na sua porta. No Carnaval, tinha a impressão que você ia aparecer no meio da galera dançando "Lepo Lepo"e mandando beijinho no ombro para as recalcadas de plantão.
De vez em quando ainda sonho que estamos conversando juntas em Estrela e que você novamente me dizia, como disse da última vez, que o dia que voltasse para Estrela Dalva ia ser para ficar de vez; ou então você estava novamente reclamando da música "deprimente" do Fantástico, que sinalizava o final do final de semana, ou das férias, dos feriados...
Lembro de quando andávamos de bicicleta pelo meio da 393 e você saía cantando bem alto, gritado mesmo: "... e o meu coração embora, finja fazer mil viagens, fica batendo, parado, naquela estação...".
O nosso que ficou... O seu trem adiantou o horário.

Fique em Paz, querida.
Muitas saudades,

Lela.

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                      Passa Tempo

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Exposição Genesis

A exposição "Genesis"com a obra de Sebastião Salgado está no Palácio das Artes em Belo Horizonte até o dia 24 de agosto. Fui conferir hoje com o Miguel e a mamãe e saí encantada.


Já conhecia a delicadeza das imagens desse homem, extraídas da rudeza, do infortúnio, da miséria e da desgraça humanas. Sempre sem cor, mas com tantas coisas a serem mostradas que a cor se faz desnecessária nas imagens.
Sebastião Salgado é um fotógrafo extraordinário que já ganhou praticamente todos os principais prêmios da fotografia mundial como reconhecimento ao seu trabalho.


Em Genesis ele sai novamente pelo mundo em busca do intocado no planeta Terra. São mais de 240 fotografias tiradas entre 2004 e 2012, em mais de 30 países da África, Ásia, Américas, Antártica e Oceania. São povos isolados, matas intocadas, icebergs, canyons, vulcões, rios registrados em viagens de balão e canoas, e até mesmo a pé. Vai de Sumatra ao Pantanal, prá falar pouco.Dos índios se preparando para o Quarup até o delta do Cubango e por aí vai. A diversidade e a riqueza de detalhes são impressionantes e é difícil dizer qual imagem é mais fascinante, porque todas são. Em preto e branco, como de hábito, mas a cor não faz falta.
Até a onça pintada parece posar para a câmera dele. As paisagens das mais remotas regiões da Terra, de Papua Nova Guiné, passando pela Etiópia, Alasca e tantos outros.
O projeto Genesis é patrocinado pela Vale e é uma homenagem desse homem excepcional à natureza.
Há uma sala separada sobre o trabalho do Instituto Terra em Aimorés , sua terra natal. Criado por ele e sua esposa, visa a recuperação e conservação da Mata Atlântica no vale do Rio Doce e  também o desenvolvimento sustentável das comunidades envolvidas através de ações de educação ambiental. A sede do instituto está localizado na Fazenda Bulcão, que foi para as mãos do casal há mais ou menos 10 anos, quando a mudança, o milagre, a inteligencia, o louvor à natureza e à sustentabilidade ou, sei lá que nome isso tenha, começou a ocorrer.Hoje é um oásis no meio da destruição ocasionada pela pecuária desenfreada, que desmatou loucamente para fazer pastos.
Amei a exposição. Fiquei ainda mais fã, por tudo. Pelas imagens. Por fazer os olhos do meu menino brilharem. Por fazer com que minha mãe cansadinha, lesse tin tin por tin tin as legendas de todas as imagens, que se afastasse e se aproximasse para tentar entender não só com os olhos tudo que via.
Foi pura emoção.
Amei.
Abaixo algumas amostras das belíssimas imagens que fazem parte da exposição.

Vale a pena!
Beijos,
Lela.

Leia também: Cheiro de livro
                      Mais uma vez Estrela Dalva...
                      Fotografia 2








Vale

terça-feira, 17 de junho de 2014

Cheiro de livro

Ontem estava sentada lendo ao lado do Miguel... A Culpa é das Estrelas.
Muito fácil de ler, tanto que comecei ontem e já acabei. Totalmente teen, mas isso não desmerece em nada o livro.
Fiquei com vontade de chorar algumas vezes; porque quando somos adolescentes tudo é muito. A intensidade do amor de Hazel e Gus vem contagiando milhões de pessoas ao redor do planeta e com toda razão.Tira tudo e responda sinceramente: E Amsterdã, hein?? Hein?? E aquele jantarzinho??
Mas voltando ao assunto, estava sentada lendo, veio o Miguel, senta ao meu lado com um outro livro, algum da série "A Lenda dos Guardiões" e pergunta se faltava muito para que eu terminasse. Resmunguei alguma coisa em resposta. Mas quem conhece a peça sabe o quanto que ele é insistente... Continuou tentando puxar assunto e a pergunta foi se ele poderia ler depois. Disse que sim, mas que ele lesse durante as férias e que já tinha prometido emprestar para uma amiga. Ficou meio desanimado porque não queria interromper a série atual e responde que eu poderia emprestar para a Leda que ele leria em PDF. Fechei o livro e olhei bem nos olhos do sujeito: Miguel, com livro em casa, você vai ler na internet? É isso mesmo?? Ele desabe de rir da minha cara (que devia estar mesmo muito engraçada) e dispara: Mãe, brincadeira... Adoro cheiro de livro!!. Olhei bem para o menino- rapaz ao meu lado e falei: Sabe que eu também!...
Gargalhadas dos dois bobocas, que abriram seus respectivos livros e começaram a cheirá-los. Cheiro de livro é bom mesmo... 


Sabe o que é bom neles também? Virar a folha, ter o prazer de ver que a orelha do já lido vai ficando maior que a orelha do que tem para ler... 
Que todos os adeptos às modernidades me perdoem...Pode ser muito prático, mas não é nem um pouco romântico.
Lágrimas em algumas páginas de determinados livros são praticamente obrigatórias, amassadinhos discretos, aquela sensação de uso... Se eu fosse um livro, gostaria de ser um real, não virtual.
Tenho livros queridos que me ensinaram da vida, das dores de amores, de amigos, de família, de lugares, de poesia... 
Se eu fosse dona de livraria, assim como já é sabido, de papelaria, seria minha principal cliente.
Nunca experimentei ler um livro nessas versões virtuais e os que li em PDF me cansaram muito. Talvez seja realmente falta de hábito, não sei...
Tanto faz se é cheiro de novo ou de velho; o importante é entrar e viajar.



Boa leitura!!

Beijos,
Lela.

Leia também: Projeto "Leia Para Uma Criança"
                     Harry x Percy
                     Que livros você lê?

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Doando cabelos...

Há tempos que a Ana precisava cortar os cabelos. Estava um jubão.
O meu tempo é curto porque só tenho folgas nas segundas feiras de manhã, que passam rapidamente e que são pequenas para todas as minhas demandas.
Pois bem, mas já tinha firmado posição que de hoje não passaria, porque além de tudo, ela estava pedindo,pedindo, pedindo...
E lá fomos nós. Séculos para a Diva acordar, escolher a roupa... Foi ficando tarde e acabamos no salão próximo de casa, com mais de 30 anos no mercado. Não volto!!
Quem se dispõe a cortar cabelo de criança tem que saber que elas não ficam quietas, se mexem e se remexem o tempo todo... Então bufar, meu caro Orlando, está proibido!!
Mas nem vou me alongar, não vale a pena.
No caminho, a Ana começou a dizer (novamente e novamente) que queria cortar bastante o cabelo. Já tinha perguntado sobre Chanel, franja e outras coisas. E foi aí que soltou a pérola : "Quero doar meu cabelo!!".
A menina do alto dos 7 anos resolveu que doaria o cabelo para fazer peruca para os pacientes com câncer e pronto. Nem argumentei que era melhor ir cortando aos poucos, que ela poderia não gostar e esse blá blá blá de mãe, não tive coragem. Suspirei e pedi: "Corta aqui!" E o cara rabugento cortou. E foi cortando e dando as mechas prá eu segurar... Depois foi acertando... E terminou... Curtinho. Acima do ombro. Eo medo dela chorar??
Não chorou. Disse que ela não estava se conhecendo, mas que havia gostado. E gostou mesmo.
Ficou com  carinha de mocinha, mais mocinha ainda... Uma graça, como sempre! Linda como sempre!!
A doação será feita para o Instituto Mário Penna, que recebe nas suas unidades os cabelos de outras tantas corajosas.
O que esperar de uma menina assim??



As doações podem ser feitas nos seguintes locais em Belo Horizonte, mas em todo o Brasil institutos e hospitais ligados ao tratamento de câncer recebem esse tipo de doação. Informações podem ser obtidas pelo 0800-0391441 ou pelo site: http://www.mariopenna.org.br/mariopenna/Pagina.do

Vamos lá!!
- Hospital Mário Penna
  Av Churchill, 230 - Santa Efigenia
  Procurar por Luciene (CRC) de 9h as 17h

- Hospital Luxemburgo
  Rua Gentios,1350 - Luxemburgo
  de 9h as 17h.

Beijos,
Lela.

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                     Mudanças
                     Coisas de Mocinha
                     Ana Teresa, meu amor



terça-feira, 3 de junho de 2014

Maleficent

E aí que conseguimos ver o filme no domingo. Em outro shopping. Legendado e em 3D.
Perfeição.
Não vou contar a história porque é muito chato isso de "dar spoiler", como dizem os garotos... Só digo uma coisa, vale a pena!


Cenários padrão Disney, as cores que a gente não tinha noção que existiam, nuances, claro e escuro.
A velha batalha entre Bem e Mal muito bem contada.
Li a crítica ao filme numa revista e preciso discordar. O filme não é lento e muito contemplativo. É delicado, nem sempre prá crianças... A minha Ana mesmo achou certas partes meio devagar, mas achei tudo no devido lugar.
E o que dizer de Angelina Jolie?? Maravilhosa! Perfeita! Diva! Passou o filme com um ressentimento, rancor, dor e depois...
A Aurora tem a carinha de boba alegre daquelas, mas tem contexto: criada por 3 doidas, as fadas- tias, afastada de tudo e todos por motivos que todos conhecemos muito bem (quem nunca viu, veja o desenho, leia a história, tenha um filho e corra atrás do prejuízo!!), tinha mesmo que se admirar com tudo de novidade que visse pela frente.
As fadas aparecem pouco, talvez se o filme fosse um pouquinho mais compridinho houvesse lugar para elas, porque Malévola reina absoluta e não tem para ninguém; talvez para o corvo- homem Diaval, memso assim só um pouco.
Adorei o príncipe pensando se beijava ou não a menina dormindo, afinal de contas "eles não se conheciam direito"... Ri demais!!


Esses príncipes modernos...
Não se fazem mais histórias de amor como antigamente...
Esses finais inesperados...
Enfim, Jolie foi Jolie, a Disney continua top e eu mais uma vez me encantei com a modernidade... Sem falar na felicidade dos meus filhos...

Well, well...
It was awesome!!!

See you,
Lela.

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