quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Tchau, 2015!

2015 já vai tarde.
Sério mesmo!!
Ano difícil esse.
Iniciei no hospital, internada por causa de uma trombose.
Minha tão sonhada viagem para a Disney, adiada.
Depois de 2 meses de licença, retornei ao trabalho e em mais 2 meses recebi a notícia que meu trabalho "não seria mais necessário". Fui dispensada depois de quase 8 anos de trabalho numa clínica sem um motivo real, apenas a famosa crise.
Engoli em seco e vim chorar em casa, porque afinal de contas ainda teria que cumprir 2 meses até o descredenciamento final. Não recebi qualquer explicação direta da chefia, nem um obrigado e tchau...Pacientes inconformados, mas que seguiram no plano de saúde escolhido por suas empresas e eu fui um rio que passou em suas vidas.
Um dia depois dessa notícia, Dóris, nossa companheira de 15 anos, muito velhinha, foi correr no Céu dos Cachorros.
Ufa!! E era só maio.
Mamãe, que fazia seus acompanhamentos semestralmente, adoeceu, internou e morreu em 24 dias, Adenocarcinoma de pulmão.
Aí achei que realmente não fosse aguentar. Fiquei sem chão, sem casa, sem mãe. Sem um grande pedaço do meu coração. Desmontamos o apartamento, doamos as roupas dela e revimos em dois dias a vida dela dentro de um armário. Cartões do papai, cartinhas e bilhetinhos nossos que mostravam um cotidiano desencontrado mas cheio de carinho; lembranças de amigas queridas de toda uma vida. Mil orações, santinhos, terços.
A viagem pra Disney aconteceu, foi ótima, Mas menos ótima do que pensei. Sei que tenho que voltar para ver com olhos alegres todo aquele esplendor.
Voltamos à casa de Estrela Dalva e deixamos claro que ela está sob nova direção, mas não desocupamos nada, Essa tarefa ficou prá mim, e será executada com coragem, se Deus me ajudar.
Não dei mais conta... Parei num consultório de um Psiquiatra, comecei um tratamento e estou nele. Está me fazendo bem, conseguiu me desentupir e me fazer voltar a falar, a ver muitas coisas de outra maneira, a me relacionar melhor em muitos aspectos.


Voltei ao trabalho, consegui um novo trabalho.
Não consegui lidar com as dores de outras pessoas, como a do meu filho e isso teve reflexos nele. Mas não consegui, nem vi.
Reencontrei amigos de longa data e descobri que a hora do recreio nunca acabou; que podemos ser amigos agora, mesmo se não tivermos sido no passado. Dois encontros com os colegas em um mês mudaram minha vida. São bons dias, boas tardes, boas noites, fotos de filhos compartilhadas, presentinhos doidos, mil opiniões e nenhuma desavença,
Agora está terminando esse ano que levou minha mãe, minha cachorra, meu trabalho.
Que está levando empregos, esperanças, sonhos de um sem número de brasileiros. Um ano em que o mundo sofreu com atentados, com a política, com a corrupção, com a poluição, desastres ambientais; e com aumentos de contas. Com a desesperança a nível mundial, com refugiados chegando à Europa (ou não conseguindo).
Não foi fácil não esse 2015; e 2016 já vem chegando,
Lógico que prometi que vou mudar, fazer ginástica, emagrecer. Que vou ser mais atenta, trabalhar menos, me divertir mais, como quase todos fazem, Não sei se vou conseguir,mas prometo que vou tentar.
Só sei de uma coisa: 2015 mudou a minha vida por completo, Nada nunca mais vai ser como antes,
Mas vou continuar andando prá frente.
Pode chegar 2016, estou pronta pra você!.

Coragem não vai faltar.

Feliz Ano Novo!!
Muitos beijos,
Lela.


Leia também: E o que você fez?
                       Quando eu falo com Deus
                       A gente faz e Deus desfaz...










sábado, 26 de dezembro de 2015

Desapegar não é esquecer...

Revi agora um final de filme que me fez chorar... Toy Story 3.
Bobagem pra muitos, eu sei...
Andy se despede de seus "amigos" da infância: Buzz, Jessie, Sr e Sra Cabeça de Batata, aquele dinossauro com cara de doido (Miguel fazendo revisão me contou que o nome do bicho é Rex) e, finalmente do Woody. Nem me lembro como chegaram a essa casa e a essa menina boazinha, mas depois de tudo que passaram naquele jardim de infância, com certeza aquilo é o Céu dos Brinquedos. Mas não é essa a questão.
A questão é: Andy abriu mão dos seus amigos e seguiu para a faculdade; fez seu rito de passagem e desapegou. Não sem dor, como fica claríssimo, mas fez. Como dizem os americanos: moved on.
Seguir a vida é difícil. Andar, sair do lugar, da zona de conforto, arriscar...
A vida nos chama tantas vezes, todos os dias e resta a nós irmos para ela ou não. Não dá para ficar com um pé em cada barco. No caso do Andy, ir para a faculdade com o Woody dentro da mochila não seria possível. E ele entendeu.
Mas penso que desapego não deve ser esquecimento. Desapego deve ser abrir mão e como diz uma das muitas definições: perder a dependencia. Andy jamais iria se esquecer dos parceiros de tantas aventuras, principalmente do cowboy.


Vendo esse final comecei a pensar nos meus próprios brinquedos e nos meus desapegos. Quando criança tinha bonecas, panelinhas, paninhos, bercinhos, que foram sumindo ao longo dos anos sem que me desse conta dos desaparecimentos. Mas tinham coisas que eram complicadas: o vestido que virou bata e depois blusa; o prendedor de cabelo azul de coraçõezinhos que tenho guardado até hoje (não desapeguei); a Pepa; e principalmente o travesseirinho.
 A Pepa foi a última boneca que ganhei dos meus pais, lançada na época de uma novela. Mamãe dizia que ela era feia, acho que de implicância...Há muitos anos atrás foi reformada e colocada na minha cama com uma cartinha. Mas ficou na casa da mamãe quando mudei e ainda deve estar por lá.
Do travesseirinho só me livrei muito tempo depois de casar . Que foi?? Ele cobria minha cabeça, me protegia de pernilongos e de monstros noturnos... Tinha muito medo de dormir, pesadelos, TOC... Me julguem!! Não sei como desapeguei dele, mas o fato é que não uso travesseirinhos  há mais tempo do que consigo me lembrar.
Não tive grandes traumas com brinquedos, desapeguei tranquilamente naquela época. Não lembro de um grande drama ao doar os meus e nem quando percebi que eles não estavam mais por lá. Sei que ainda tenho umas bonecas guardadas em Estrela Dalva, mas foi a mamãe quem guardou; nem sei quais são. Meus problemas são os artigos de papelaria: papéis de carta, adesivos, lápis comprados com o objetivo de não serem usados JAMAIS. Assumo.
Tenho uma certa nostalgia, principalmente das panelinhas (olha que ironia!). Gostava de brincar de panelinha, fogãozinho, talherzinho, de dar banho nas bonecas...
Acompanho de perto a sofrência dos meus filhos a cada "sessão desapego" que promovo aqui. Cada vez que aviso que está chegando a hora de desapegar, Miguel muda de cor. A mochila de animais, que ao longo do tempo virou uma caixa enorme, hoje é uma caixa média, com animais e dinossauros. O menino mexe, remexe, separa daqui e dali e uma hora desiste; diz que não consegue. Cada um tem seu tempo e eu respeito. Embora ele não brinque mais, eles estão ali, como uma muletinha talvez; para uma olhadinha fortuita de vez em quando; para saber que os companheiros ainda são companheiros; e que uma manada de elefantes poderá fazer uma grande diferença contra os inimigos.
O dia de desapegar de vez vai chegar, eu sei. E nesse dia ele terá atravessado para sempre uma ponte para a vida adulta e não terá mais volta. Como o Andy.
Em julho assisti outro filme que me fez chorar: Divertida Mente. Em um dado momento do filme, o amigo imaginário da menina Rilley, um simpático bichinho com corpo de algodão doce cor de rosa, metade elefante, metade gato e alguma parte golfinho, que chora balas e ainda tem o nome de Bing Bong se deixa ficar num limbo, onde todas as memórias serão esquecidas para sempre. Faz isso para salvar todas as outras memórias e sentimentos de sua amiga, sabendo que não será mais lembrado. Chorei por coisas realmente esquecidas e chorei imaginando coisas que meus filhos inevitavelmente irão esquecer, terão que esquecer para seguir adiante. Crianças não conseguem entender isso ainda, e passam pela parte do Bing Bong ficando no limbo sem maiores problemas; mas pra quem já cresceu, olhar prá trás e saber que não pode voltar, definitivamente é de chorar.


Por enquanto não quero ver o Bing Bong desaparecer de novo. Uma vez já foi o bastante.
Estou me preparando para o desapego do Miguel. Para ajudar no que ele precisar, para sair de cena e deixar que ele vá fazer a vida dele do jeito que ele quiser; prá desapegar de nós. Contando que ele seja feliz.

Beijos,
Lela,

Leia também: Papelaria
                       Miguel






quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Natal.

O primeiro neste apartamento.
A primeira ceia feita pelo Mário.
A primeira vez que vi Helena em 24 de dezembro.
A primeira vez sem a mamãe.
Não está sendo fácil.
Está sendo estranho estar aqui, com os meninos, o Mário, o Jayminho e sem ela.
Sim, já se passaram quase 6 meses de sua morte e tanta coisas aconteceram desde então. Coisas boas e outras nem tanto, mas confesso que meu referencial para coisas ruins mudou um pouco. Acho que nada vai me abalar tanto tão cedo.
A casa está pronta, a Árvore montada, os presentes debaixo dela e todas as outras decorações escolhidas pela Ana devidamente arrumadas e prontas para entrarem na mesa.
Mas não parece Véspera de Natal, parece um domingo qualquer; talvez a atmosfera mude. Já fui ao supermercado duas vezes em menos de 24h por esquecimentos meus e ao chegar ao estacionamento, percebi que esqueci o papel de presente. Xinguei alto, o ajudante do supermercado era deficiente auditivo e não me entendeu mesmo. Mas ao chegar aqui, descobri que tinha umas sobras que serviram exatamente para o que eu precisava.



Já comecei a ligar pra rede velhinha.
Já recebi uns telefonemas e mensagens no telefone.
Meus Mets estão em polvorosa com a saída do hospital do primeiro infartado do grupo (Marcello inaugurou a fila) e com o irmão de nossa amiga Isa que teve uma bem sucedida cirurgia por causa de cálculo renal.
Pensando aqui... Quem inaugurará a fila do Climatério, já que todas temos 29- 30 anos e estamos na flor da idade??
A verdade é que desejo a todos os meus amigos, Mets ou não, uma noite muito feliz, cheia de Paz, Amor, Felicidade... E que o verdadeiro motivo do Natal seja lembrado e celebrado: o nascimento do Salvador.
Que a chegada do Menino Deus traga mais Luz aos nossos corações para que possamos enfrentar o que quer que seja que vem por aí.


Que venha o 4º ano para a Teca e o 9º para o Miguel. Que meu irmão tenha um ano brilhante no comando em Sorocaba. Que o Mário e eu continuemos sempre juntos, afinal de contas, os ogros também amam...

Feliz Natal, queridos!!
Beijos ,

Lela,


Leia também: E o que você fez?
                       Quando eu falo com Deus
                       Confraternização
                       Mets 87

domingo, 20 de dezembro de 2015

Viagem dos Sonhos

Muitas vezes tenho vontade de sair por aí. Sozinha, ou com Mário, ou com todo mundo. Uma bagagem de amigos divertidos, bons comedores e bebedores, porque gente que tem frescura pra comer e não toma nem uma tacinha de vinho deve ficar em casa!!
Na verdade tem tantos lugares que gostaria de visitar que teria que ser uma viagem bem longa e para isso teria que contar com dividendos que, por hora, não disponho.
Com certeza essa viagem seria para a Europa. Sei que os chatos vão pensar que o nosso país é maravilhoso, tem muitas coisas a serem vistas e blá blá blá... Só que pretendo começar pela Europa, a viagem seria minha e acabou!!
Acho que outras vidas andei pela Europa Medieval, principalmente pelas ilhas da Grã Bretanha, tamanha fascinação que tenho, tanto pelo lugar como pelas histórias. Como pelos livros sobre esse período que caem na minha mão. A trilogia de Arthur de Bernard Cornwell me fez chorar várias vezes até o fim, ao pensar no Rei Arthur ferido partindo num barco e Merlin tendo um final tão terrível. Várias vezes entrei na estória para lutar lado a lado ou observar as flechas zunindo de um lado a outro. Guerras entre clãs, artimanhas, romance... Tudo isso me transporta, mas ao mesmo tempo é familiar, então com certeza passaria um bom tempo explorando tudo que pudesse.




A Itália mereceria muito a minha atenção. Berço de tantas coisas que hoje são tão banais que passam desapercebidas, lugares de milhares de anos que convivem em harmonia com o moderno. Mas dentro de toda a Itália, acho que ficaria encantada, hipnotizada mesmo na Toscana e em Veneza; e nem venham me falar do cheiro dos canais e estragar meu sonho, por favor.






A Espanha é berço da família de meu pai: cristãos novos, judeus convertidos como milhares de outras famílias, que mesmo assim sofriam algum tipo de perseguição por parte da Igreja, acabaram vindo tentar a sorte no Brasil colônia e acabaram se estabelecendo por aqui.
Na verdade são tantos lugares: grandes e menores, janelas, campos de lavanda e de girassóis, fontes... Teria que estudar vários mapas e estabelecer prioridades. Coisa mais difícil!





Mas que eu queria , eu queria!E tantos outros lugares que um dia eu conto.

Beijos,
Lela.


Fotos: Printerest

Leia também: Obrigada por tudo
                       Não ganhei na Mega Sena



sábado, 19 de dezembro de 2015

Diferenças

Já falei diversas vezes aqui de como amo os meus filhos loucamente, desvairadamente.
São diferentes. A diferença de idade entre eles supera os 5 anos, mas são companheiros da forma deles.
Miguel trazia paninhos quentes para amainar as dores de barriga da Ana quando bebê, trazia a bolsa de remédios que ela usava e andava de um lado pra outro enquanto ela chorava,
Como ele sempre foi apaixonado por animais, tinha muitas figuras, revistas e livros sobre eles. Um dia ao chegar do trabalho, encontrei os dois na sala. Ana tinha um grosso fichário de animais no colinho e Miguel, professoralmente, apontava para a figura aberta e pedia que ela repetisse: baleia azul; no que era prontamente atendido "baleia azuuulll", bem desse jeito.


E assim eles vem seguindo a vida: brigam por causa de televisão, por causa de amigos, da coca cola, do pão, do último pedaço de qualquer coisa... Como qualquer casal de irmãos que um dia vai descobrir que o amor é maior que qualquer coisa que possa acontecer na vida deles.
Brigam, se apóiam, se defendem, têm ciúmes (ele mais que ela), andam juntos e separados. Quando ela tem medo, ou ele vai dormir no quarto dela, ou ela descaradamente vai para o canto da cama dele. Mas é uma relação bonita, desde sempre.
Reconheço que ela é um pé no saco quando quer e consegue as coisas com muita facilidade, porque tem mais jeitinho para pedir e convencer a todos. Não se incomoda em pedir coisas se acha que precisa. Já ele não. Embora seja muito pidão, a ponto de cansar, já presenciei a vergonha do menino ao pedir 10 reais ao pai no shopping para comprar lápis. Vai entender...


Como pode essas duas crianças saírem do mesmo casal? São tão diferentes, falantes, implicantes, amigos.
Um é nerd e a outra é diva.
Ela quer um Vlog (what?!) de presente de 10 anos...
Enquanto isso, ele às portas dos 15 e com todos as questões da adolescencia começou timidamente um blog para falar sobre as coisas que tanto gosta: filmes de animação... Vejam aqui: Como esse filme acabaria
Gostei bastante!
Ainda tenho 1 ano para descobrir o que é Vlog... Ainda bem!!





Beijos,
Lela.

Leia também: Miguel
                       Coisas de Mocinha
                       Ana Teresa, meu amor
                      Mães




sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Mets 87

Fui surpreendida em setembro com um grupo no Whatsapp. De velhos colegas do Metropolitano. No meio de toda crise emocional em que eu me encontrava  e cheguei a pensar que não fosse sair. Agradeci particularmente à pessoa que me incluiu e expliquei que talvez não interagisse muito por não estar em condições.
Mas olhava e ria com as coisinhas...
Cada um que entrava era formalmente anunciado com trombetas: "Fulano, is in the house!!" E era saudado efusivamente por todos. De repente estava de volta ao pátio do colégio, mas sem panelinhas. Seres que conviveram no mesmo local, nem sempre juntos, porque cada série tinha em torno de 300 alunos, estavam se (re)conhecendo, abrindo o coração e voltando no tempo.
Um dia comecei a conversar e o mundo se abriu. Eram colegas da mesma sala ( a famosa turma 0) de CDFs, amiguinhas, amigonas, coleguinhas. Gente que não me lembrava de forma alguma. Pessoas que hoje moram em Salvador, Belo Horizonte e até coleguinhas internacionais (Chiquérrimo,né?). Desde sempre as certezas eram :era um grupo para pessoas fortes e de nervos de aço (duzentas mil mensagens...) ; a outra era que nada edificante seria postado ali. E realmente.
Pessoas saíram. Pessoas nunca apareceram. Pessoas quase nunca aparecem. Pessoas pouco aparecem e "reclamam que não conseguem acompanhar". Mas os que são frequentes (um pouco mais de 15), fazem os dias serem mais alegres, coloridos e engraçados.
São filhos, maridos, irmãos, pais, esposas...Profissionais das mais diferentes áreas,.. Prá terem uma ideia, sou a única médica. Não têm dentistas. Tem publicitária, tradutora, psicólogos, professores, engenheiro, contabilista e mais... Só que eu não sei o que a maior parte desses amigos faz e nem me interessa saber.


Sei que são pessoas muito queridas, que conviveram comigo em algum momento e que agora fazem os meus dias mais fáceis e divertidos. Sei que são pessoas que moram no meu coração e, se algumas não moravam antes, era por puro desconhecimento. Agora têm, cada um, seu pedacinho.
Todos dividem problemas, alegrias, frustrações, vídeos estranhos, piadinhas infames, falta de dinheiro. Até bolão da mega sena já fizemos juntos, mas não logramos êxito (Snif...)
Tive a felicidade de encontrar alguns amigos em outubro numa ida rapidinha ao Rio e no dia de voltar tive uma reação alérgica no olho. Precisei ir ao médico e colocar um tampão no olho doente e bastou isso para ser lançada a campanha "Somos Todos Gabi" com os queridos postando fotos tampando um olho. Só rindo!


Em novembro consegui ir a uma reunião maior. Um churrasco. No pátio do colégio. Foi muito emocionante, muito feliz e muito alegre.Tantos risos, abraços, beijos... Felicidade em estado puro. Ana foi comigo. Visitamos as salas, entramos e saímos dos vestiários, teve jogo na quadra...
Fomos felizes naquele sábado, como fomos felizes por muitos anos ali dentro daquele lugar.
Tivemos oportunidade de nos vermos ao vivo e em cores, de confirmar que apesar da dureza da vida, somos felizes por termos uns aos outros por vontade própria. Sem imposições de notas, sem panelas, sem pieguice.
Com amor, como tudo deve ser.
Até meu irmão foi.
Dia perfeito



Beijos e que bom que os METS existem!!

Lela.

Leia  também: Amizades e Tecnologia
                        Professores, Educadores e Mestres
                     



quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Vou dar conta

Posso voltar a ser feliz, eu sei que posso.
Não posso fazer um novo começo, mas posso interferir no meio e mudar o fim.
Com remedinho ou sem, porque não tenho preconceito.
Depressão é doença e deve ser tratada como tal. E não é vergonha nenhuma.
Na verdade ela já dava sinais de que iria me pegar, mas eu ignorei. Como ignorei tantas coisas ao longo da vida. Ignorei não, fiz que não vi por fora e chorei por dentro; como só os muito fortes ou os muitos loucos sabem fazer.
Nunca fui de mostrar minhas fragilidades. Sempre fui a que se virou, que deu jeito, que teve ideias, que tomou a frente, que resolveu. Fiz tanto isso que realmente achei que pudesse fazer isso para todo o sempre. Quando não dava conta, fingia que dava; e fingi tão bem que passei a vida ou dando conta ou fingindo. Que sorte a minha...
Dei conta de estudar, de ir buscar meu irmão na escola, de ser a mais velha, de usar botas ortopédicas, de fazer ballet, de não ter aptidão com qualquer tipo de esporte, de não chorar na frente dos outros, de refazer meus sonhos uma centena de vezes... Dei conta de ter amizades rompidas, namoros desfeitos, poucos amigos, engordar, emagrecer... De ter peito grande, de ser a última da fila, a última e ser escolhida pro queimado. E o meu pensamento sempre foi: Não ligo, não queria mesmo!
Dei conta de mudar de cidade, de não ter emprego, de arrumar emprego, de ter dois filhos e entre eles um aborto por doença. Dei conta de amamentar, de trabalhar. Dei e dou conta de criar meus filhos junto com meu marido.
Dei conta de ver meu irmão ir embora de casa tão cedo na vida, de enterrar meu pai.


Mas muitas vezes eu liguei. Muitas vezes eu teria gostado de uma segunda olhada e uma simples pergunta: Tá tudo bem? Ouvi muito pouco essa pergunta e com isso não me dei o direito de pedir ajuda. E nunca soube como pedir, não sei como fazer, só sei andar.
Tenho andado feito um zumbi em 2015. Minha trombose, minha demissão, a morte da Dóris, a doença e a morte da mamãe. Cansei de dar conta! Não consegui mais... Não queria mais... Quem quiser que fosse lá fazer minhas coisas, porque não ia mais fazer nada.
A primeira coisa que disse ao médico ao ser perguntada o que eu tinha ido fazer lá foi: Minha mãe morreu e eu não sei o que fazer... Isso depois de chorar baldes na frente dele.
Realmente não sabia o que fazer, como tem muitos dias em que ainda não sei. Mas estava insuportável: uma dor rasgando por dentro, me queimando. Não conseguia mais dar bom dia, nem trabalhar, nem conversar. Só conseguia pensar que não tinha mais mãe e que era prá nunca mais.
Nunca mais vê-la, abraçá-la, cheirá-la, dizer que ela era a minha Adelaidinha. Meu telefone ficou mudo. Disso eu não dei conta. Eram noites inteiras sem dormir pensando no que fazer, por onde (re)começar e até perceber que não estava dando conta foram quase 2 meses inteiros.
O óbvio diagnóstico foi depressão. Afastamento do trabalho. Remédio.Terapia. Descanso. E assim fiz.
E assim venho fazendo. Remedinho (dane-se!!), longas conversas, longos silêncios , apoios esperados e inesperados (Mets, vocês são bárbaros!!!), abraços e beijinhos e carinhos sem ter fim.
Já desentupi um pouco e comecei a falar e isso talvez seja um bom começo. Ainda não sei pedir nada, mas posso aprender. Afinal, vai ser só mais uma coisa que vou aprender a dar conta: de pedir ajuda.




Leia também:Mãe
                      Uma ano
                      Passa Tempo
                      Irmãos




quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Mãe

Nunca pensei que minha mãe fosse morrer tão rápido.
Imaginei que ela ficaria uma velhinha amalucada, esquecida, alegrinha...
Nunca perdi a esperança de ver minha mãe feliz; , mesmo sabendo que sua morte começou no dia da morte do meu pai e que o peso das tristezas sofridas ao longo de sua vida saíam por todos os seus poros. As coisas não superadas foram muitas, maiores que as felicidades.
O olhar prá trás da mamãe era doído, dava quase prá sentir as dores dela, os abandonos, os desencontros, os enganos...



Fui uma filha brigona, eu sei... Rude ao falar por muita vezes, na tentativa que a minha rudeza acordasse a mamãe; que fizesse com que ela visse que aquilo tudo tinha passado. Que ela estudou, trabalhou, casou com o amor da vida dela, teve filhos e conseguiu que eles fossem educados. Teve netos... Mas mesmo sorrindo,ela tinha uma tristezinha. Era um meio sorriso,nunca uma gargalhada. Isso às vezes irritava, frustrava, entristecia. "Que mais eu posso fazer, meu Deus?"
Mas apesar do meu jeitinho "doce", tentei de todos os modos ser uma boa filha.
Adorava estar com ela, sair com ela, falar no telefone, deitar na cama com ela, implicar com o óculos sujo ou com a alça do sutiã, ajudar a escolher suas roupas, montar a Árvore de Natal. Adorava saber que quando ela estava aqui, não tinha que me preocupar com o dever de casa.
Aí um dia, ela me contou que foi fumante por mais de 20 anos. Hã? A minha mãe!! Não, impossível. Porque nunca vi, cheirei, desconfiei... Foi escondido, para que meu irmão e eu não tivéssemos mau exemplo. Coisa mais ridícula!! Mas ela era assim, culpada. Não posso mudar o que ela foi e agora que não posso mesmo.
A notícia que ela tinha câncer não me pegou de surpresa, a rapidez com que ela foi consumida por ele,sim. Tão logo recebeu a notícia, o seu estado mental piorou a olhos vistos e ela simplesmente apagou esse assunto. Foram tantos remédios para amenizar suas dores, a única coisa possível no estado em que se encontrava, que ela saiu do ar. Não tinha dor, mas tinha todo o resto.
Não tínhamos mais o que fazer, a não ser estar ao lado dela até que sua hora chegasse. Fomos amparados  pela família, pelos nossos amigos e pela tão querida "rede velhinha".
A rede velhinha era o grupo de amigas dela, da escola, do trabalho, do prédio, da vida, que foram incansáveis no hospital fazendo revezamento de visitas, ouvindo as coisas sem anexo que ela dizia no
fim, encorajando- nos, chorando conosco quando chegou o fim. Também tive muitos amigos queridos ao meu lado, fisicamente ou não e meu irmão também.
Os netos, meus filhos, estiveram com ela e  a última coisa que ela comeu foi dada pelas mãos do Miguel. As crianças ficaram assustadas e muito tristes, mas tinham o direito da despedida e fizeram da maneira que deram conta.
Quando mamãe morreu eu não estava ao lado dela, mas ela não estava sozinha ou apartada de nós. Meu irmão esteve lá até o final e eu tenho inveja dele por isso.
Não pedi desculpas pelas brigas, pelos maus modos, pela impaciência. Não agradeci por todas as vezes que ela me botou prá estudar, que ligou por nada,que foi tagarelando ao telefone enquanto eu dirigia, que me encorajou a continuar, que me disse que eu era capaz, que me disse que eu não era todo mundo...Por todas as vezes que eu quis desistir de tudo e continuei por causa dela. Sim, eu tinha verdadeiro pavor de desapontar a mamãe, que ela ficasse decepcionada comigo por qualquer motivo.
Nos últimos dias, a única coisa que conseguia era falar que eu a amava, fazer massagem nos seus pés, dar beijos no seu rosto magrinho. Só.
Tenho saudade, tenho um buraco no peito, tem dias que não tenho vontade de levantar. Todos os dias, ao acordar a primeira coisa que penso é que não tenho mais mãe, que não vou ouvir a voz dela me chamando de "Presentinho".
Vai passar, vai mudar, vai virar outra coisa. Certamente que sim, mas por agora não.
Vovó, já velhinha, deitada ao meu lado, disse muitas vezes que não tinha inveja de ninguém, mas aí parava e fazia uma ressalva: "Só tenho inveja de quem tem mãe."
Eu também,vó... Eu também.


Leia também:Casa
                      E o que você fez?
                      Você não sabe quanto eu caminhei
                      Silencio








sábado, 17 de outubro de 2015

Casa

Quando se percebe que a casa agora é sua?
Pergunta estranha essa.
A casa era da vovó. Depois da partida desta, passou a ser da mamãe. Mas mesmo assim nada mudou. Continuei a chegar e a encontrar a cama feita, lençóis fresquinhos, casa limpa e arejada, geladeira cheia, compras feitas. Nunca tive que me preocupar com quem trabalharia lá, com goteiras, com a conta de luz. Passava meus dias felizes na minha alienação, como se a casa funcionasse sozinha. Sempre foi assim.
Vovó cuidava de tudo: tinha quintal varrido, queijo, balanço na goiabeira, querosene nos lampiões para os dias sem luz, canto da cama para as noites de medo. Eram quase 4 meses ao ano, se fossem somados os feriados e fins de semana. Conserta daqui, arruma dali e a casa estava sempre lá prá mim e para o meu irmão. E nos abrigou na infância, ouviu choros na adolescência, brigas, brincadeiras, segredos.
Um dia vovó resolveu que era chegada sua hora e depois de 17 dias, partiu. Foi levada por nós para a casa onde nasceu, trabalhou,casou, começou a criar a filha, adoeceu e mudou. A casa sempre esperou por ela, por nós. E sua última noite foi passada lá, rodeada da família e de tantos amigos.
E a casa continuou. Agora com outra dona, a filha, minha mãe. E tudo continuou. A disposição das camas demorou a mudar, Os móveis pouco mudaram, grandes obras de reforma, mas tudo com a simplicidade e a dificuldade que acompanhou a vida das duas. Mas ela era um membro da família, não a casa da família. Era o ser ouvinte, vivente, acolhedor.



Quando os bisnetos chegaram, a casa recebeu um nome: Casa Azul. De azul só tem as janelas, mas quem discute com criança por causa disso?? Pois é, ninguém.E ficou mais viva do que nunca, já que agora tinha nome e sobrenome, identidade. Não era só um número numa avenida de uma cidade perdida no meio de quase 900 municípios de Minas Gerais. E assim, ela ficou mais orgulhosa ainda da sua trajetória e foi enlarguecendo e sempre cabia mais alguém: amigos, sobrinhos, netos, bisnetos, gatos, passarinhos, morcegos, panelinhas, fotos, bicicletas, bonecas. Há quase 2 anos passou a caber a Luna também, que entrou pelo portão da garagem e não saiu mais.E que também é dona da casa.
Pois bem. Eis que esse ano, depois de 22 dias, mamãe resolveu que era chegada a sua hora também . Pouco sofrimento prá ela, em vista do que poderia ter sido e muito prá nós. Uma dor, um buraco, uma falta tremenda, tamanha!! A sensação é de não ter prá onde ir, de não saber prá onde voltar. O telefone de casa ficou mudo, as banalidades não poderão mais ser ditas e aquela mãozinha fininha não vai mais alisar o meu braço prá eu dormir e a boca não vai beijar meus olhos e pés ao sair do quarto.
Tantas coisas práticas a serem resolvidas entre duas pessoas: meu irmão e eu; e uma única certeza: a casa vai continuar sendo nossa. O que fazer com o resto, não sabemos ainda, mas sabemos que a Casa Azul vai continuar sendo a NOSSA casa.
Chegou o dia de ir até lá a primeira vez como "dona". Quando cheguei, tudo em ordem, mas panos nos móveis, camas sem fazer, geladeira e armários vazios. Agora isso é minha função, entre tantas.Nunca pensei nesse dia em toda a minha vida e por isso, não me preparei pra ele. Foi um baque. Ser recebida pelas lambidas saudosas da Luna, passar por dentro daquela entidade e abrir a porta para que os outros entrassem. Perceber que recebi uma missão, que há tempos foi dada à minha mãe: tomar conta daquela casa, fazer com que ela resista aos anos e possa receber mais amigos, namorados, cachorros, gatos, passarinhos, mudas de árvores; que suas árvores possam dar frutos, que seus temperos possam perfumar o quintal.Doeu tirar cada pano,cada plástico,arrumar cada cama. Imaginar quantas e quantas vezes isso foi feito, quantas vezes alguém ficou prá fazer isso.Desmontar a bagunça dos filhos e netos. E nunca reparei. Nunca agradeci e muitas vezes reclamei.
Agora a função é minha e espero estar pronta para ela.

Beijos,

Lela.

Leia também: Lembrança das férias
                       Férias
                       Saudade











terça-feira, 6 de janeiro de 2015

A gente faz e Deus desfaz, porque quem sabe o que faz é Ele...

Estou há algum tempo sentada na frente do laptop tentando começar, mas até o título está difícil.
Como contar que saí uma segunda feira de manhã para a depilação, para comprar o presente que faltava ( o do marido, lógico...) , que cheguei em casa tranquila e depois de mais ou menos 1 h, dava entrada na urgencia de um hospital com uma trombose de toda a perna esquerda, desde a coxa até...?
Viajaria no dia seguinte para Estrela Dalva, para o Natal com a mamãe e o Jayminho, junto com as crianças e voltaria dia 30 para a virada de Ano junto com o Mário, que dessa vez não poderia ir conosco. Sempre tenho folga uns dias antes e esse ano sei lá porque, mas Deus com certeza sabe, sairia apenas no dia 23 de dezembro. Foi a sorte. Tivesse acontecido na estrada ou em Estrela, estaria muito ferrada.
Quando em casa, vi a minha perna dobrando de tamanho e mudando de cor, sabia o que estava acontecendo e sabia que todos os planos que tínhamos feito para as férias tinham ido por terra. Do carro até o hospital, era tanto desconforto que achei que pudesse estar morrendo e mudei o diagnóstico algumas vezes em pouco mais de 2,5 km. Passei de trombose venosa profunda para embolia pulmonar, mas cheguei a cogitar outras coisas mais mortais ou sequelantes de tão mal que me sentia. Mas enfim, era trombose venosa profunda, de ilíaca, femural, e o do que mais houvesse para trazer meu sangue venoso até a veia cava prá depois ele poder seguir o rumo dele. Tudo entupido! O tratamento, depois de confirmado o diagnóstico clínico com um singelo exame de duplex scan, foi iniciado já no box da urgencia, de onde eu não teria saído até o dia seguinte se não tivesse havido um outro personagem: o dinheiro.
Sim, porque os quartos destinados ao meu convênio  estavam lotados e eu era a quinta da fila e a previsão era que eu ficasse até a tarde do outro dia num box da urgencia. Mas como nos dispusemos a pagar a diferença da diária do convênio, logo subi para o apartamento. Que país é esse????Mas isso é conversa para outra hora.
Dormi num hospital pela primeira vez numa situação adversa, porque dar plantão e parir não são nada perto de ser paciente de verdade. Acordei com  o médico vendo a minha perna e dizendo que eu teria 2 opções: uma tentativa de revascularizar colocando um cateter que iria da veia atrás do joelho até a veia cava, colocando remédio direto onde estava a obstrução; ou o tratamento clínico, em que eu teria mais de 50% de chances de ficar com sequelas graves. Optei pela primeira depois de pensar e pensar e sofrer. Passaria 2 dias no CTI por causa desse procedimento e isso significaria o Natal sozinha.
E o medo?? E a angústia?? E aquela coisa de mãe que quer ficar perto dos filhos?? E as malas deles que nem cheguei a arrumar?? E a frustração??
A frustração multiplicada por 3,mas com a minha eu me arranjaria depois...Estávamos com tudo marcado para realizar um sonho. Iríamos para Orlando dia 21 de janeiro. Passagens, hotel, ingressos, carro, tudo reservado. Restaurantes com direito a personagens... O Harry Potter... Era o sonho deles? Era sim, mas era o meu também. Sempre quis muito abraçar O ratinho e estava contando os dias para esse dia chegar e via nos olhos dos meus filhos aquele brilho de felicidade cada vez que tinha uma novidade.
Passado o susto inicial e voltando a usar a cabeça sabia que tinha sido o melhor momento (se é que tem melhor momento...) para ter uma coisa desse tipo e gravidade. Encarei o procedimento e encararia o CTI. Mas ao acordar e fazer a indefectível perguntinha "E aí, doutor, deu certo?" , ganhei como resposta um sonoro "Não". Peraí?? Como assim, não?? Não era bem isso que esperava ouvir e foi ficando pior porque ele me disse que não conseguiu chegar com o cateter até onde deveria porque tinha alguma coisa na minha pelve comprimindo a veia. Ah, pronto!! Iria descobrir que tinha feito uma trombose na boca do Natal e que além de tudo estava com câncer. Ah, mas xinguei, viu!!! Que droooga!!! Pensei logo que Deus é gente boa prá cacete e não ia arrumar uma presepada dessas comigo, que meus filhos ainda precisam de mim e tudo que  todo mundo pensa, mas deu medo.Tinha um capetinha com a voz do Caetano cantando a música do Chico de vez em quando : "Deus é um cara gozador adora brincadeira..." e mesmo mandando que ele calasse a boca, ele insistia. Mas uma tomografia de abdome 2 dias depois, no dia do aniversário do Miguel, mandou essa possibilidade embora.
Deus não falha. Nunca. Jamais. E Ele sabe de absolutamente todas as coisas e todas as horas.
Novo procedimento e agora sucesso. 2 dias no CTI com medicação e depois quarto.
O CTI acordada é um caso a parte. Já avisei que é o que desejo às inimigas, com direito à coleta de gasometria arterial as 4 da madruga. É... Brincadeira!! Ninguém, mas ninguém mesmo merece.
No quarto tive a companhia do Mário, que esteve do meu lado desde a urgencia até a alta. Que brigou por mim. Que me deixou chorar quando eu tive vontade. Que falou comigo como se eu tivesse 5 anos muitas vezes.Que me trouxe de volta à razão, como muitas vezes ao longo de todos esses anos, Que me levou sorvete no CTI. Que fez comida prá mim. Que conseguiu dormir num lugar onde cabe meio Mário (sem sacanagem...) .Que me trouxe prá casa hoje. E que vai me vigiar de agora em diante.
Tenho muitas coisas a falar sobre todas as vivências desses dias, mas não mais hoje.
Hoje quero somente agradecer por muitas coisas : por ter a chance de recuperar a saúde; por ter uma família tão bacana que fez e está fazendo tudo o que pode para que eu não me preocupe tanto; pelos amigos e conhecidos que se fizeram presentes das mais diferentes formas; pelas orações. Agradecer a Deus mais uma vez por não me deixar na mão... Obrigada, Pai!!

Estou de volta!
Feliz 2015!
Beijos,

Lela.

Leia também: E o que você fez?
                       Quando eu falo com Deus?